Estudou-se o efeito de 0, 48, 96, 144, 192, 240 e 288 horas de exposição a 48° sobre a germinação e o aparecimento de necrose dos cotilédones em sementes de soja. Sementes dos cultivares Biloxi, Lee-68, Santa Rosa, IAC-3, Davis e Hardee foram produzidas em casa de vegetação, debulhadas manualmente e postas a secar à sombra até atingirem umidade aproximada de 9%. Sementes de tamanho uniforme foram colocadas em tubos de ensaio hermeticamente fechados e deixadas em temperatura ambiente ou submetidas a 48°C em estufa biológica. Os testes de germinação foram efetuados em substrato de papel, em germinador tipo câmara, à temperatura de 20-30°C. Verificou-se que as sementes não submetidas à ação da temperatura constituíram material insento de necrose dos cotilédones. Para todos as cultivares testadas, houve uma redução na germinação total, à medida que se prolongou os períodos de exposição, sendo que em termos médios esta produção foi de 92 para 23%. Por outro lado, foi detectado um aumento sensível na porcentagem de plântulas com necrose dos cotilédones, com o incremento no período de exposição. A cultivar Biloxi, tanto em relação à germinação total como na ocorrência de necrose dos cotilédones, foi a que se destacou das demais como mais tolerante, sendo que mesmo após 288 horas de exposição ainda apresentava uma germinação de 43%, superior a todas as outras. Confirmando observações anteriores, a cultivar Hardee foi a que se apresentou como uma das mais sensíveis à exposição térmica, mostrando menor germinação e maior índice de ocorrência de necrose. Foi observada uma correlação negativa e significativa (r = - 0,74) entre a porcentagem de germinação total e o índice de plântulas com necrose nos períodos de 48, 96, 144 e 192 horas de exposição. Também observou-se que há uma tendência de cultivares com maior conteúdo protéico das sementes a mostrarem, em termos médios, uma melhor germinação.