SITUAÇÃO E PERSPECTIVAS DAS SEMENTES FORRAGEIRAS TEMPERADAS NO BRASIL

CARLOS NABINGER

 

A crescente utilização de espécies forrageiras de estação fria na região sul do pais vem determinando grandes volumes de importação de sementes, com a conseqüente evasão de divisas. A produção local de sementes destas espécies é feita ainda de maneira bastante empírica, com rendimentos um tanto distanciados dos limites permitidos pelas condições ambientais e o potencial das espécies. Identificam-se como principais entraves ao aumento mais acelerado das áreas destinadas à produção de sementes e do rendimento obtido, a falta de informações locais oriundas de programas de pesquisa e o melhor aproveitamento do conhecimento existente, seja ele proveniente da pesquisa local, estrangeira ou mesmo do conhecimento prático de produtores e pesquisadores. Embora a pesquisa disponha de alguma informação sobre determinadas espécies, estes resultados são, muitas vezes, obtidos de maneira esparsa, sem que se possa, a médio prazo, reunir um conjunto de informações sobre determinada espécie, que possibilite orientar seguramente do produtor desde a semeadura até a colheita. Entre alguns problemas a serem solucionados, cita-se: a necessidade de um zoneamento agrometeorológico, de maneira a utilizar cada espécie nas regiões mais favoráveis à expressão do seu potencial; reunião das informações como maneira de levantar adequadamente as necessidades e também propiciar a elaboração de pacotes tecnológicos para o serviço de extensão rural e orientação do produtor; elaboração de projetos de pesquisa inter-institucionais, visando obter resultados sobre estabalecimento, manejo, uso de insetos polinizadores, colheita e beneficiamento das principais espécies e cultivares temperadas utilizadas atualmente. As perspectivas para o setor são as mais promissoras possíveis, considerando o mercado interno, as condições de solo e clima e a rentabilidade do empreendimento. Urge, no entanto, gerar informação que possibilite a ampliação da produção e rendimento, de maneira a diminuir o volume de importações, economizando divisas e, a largo prazo, exportando excedentes.



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