Atento às novidades para não perder a alta qualidade
25/02/2017

Atento às novidades

O agricultor Ricardo Amano, que produz sementes de soja para a Integrada Cooperativa Agroindustrial, afirma que o trabalho permite conhecer a qualidade de novas cultivares com antecedência de uma safra. Para ele, os que decidem guardar sementes para reprodução em ciclos seguintes se arriscam à toa e ficam distantes das tecnologias lançadas a cada ano. "A gente sempre planta semente certificada, testada muitas vezes até chegar na nossa mão. Aí você segura uma semente e tem germinação ruim, qual a vantagem?" 

Por plantar no Bratislava, em Cambé, com altitude de 640 metros, ele enfrenta condições mais difíceis do que em Uraí, por exemplo, 900 metros acima do nível do mar. Isso porque a temperatura média para a germinação da semente precisa ser de 22ºC ao longo do dia e há queda de 2ºC a cada 150 metros de altitude, conforme a Embrapa. Mesmo assim, ele diz que vale a pena. 

Cerca de 50% da produção acaba classificada como semente e o restante vai para a indústria. "Tem de estar com a máquina bem regulada, para não ter dano mecânico, e colher mais devagar. Se ameaça chover, não adianta correr", diz. Como vantagem, ele cita a bonificação de 10% paga pela cooperativa no fim do ano. 

No mercado 
O preço das sementes de qualidade no mercado privado vai de R$ 240 a R$ 600 por saca, segundo o presidente da Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes (Abrates), Francisco Krzyzanowski. "A cotação da soja está em torno de R$ 70 e tudo que não vira semente, vende-se como grão, e de alta qualidade, próprio para a indústria de alimentos." (F.G.)

 

Fonte: Folha de Londrina, Folha Rural 25/02/2017
Fotos: Anderson Coelho