O Journal of Seed Science (JSS), publicação científica oficial da Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes (ABRATES), acaba de conquistar a importante marca de 0,724 no Fator de Impacto publicado pelo Journal Citation Reports (JCR). Feito a ser celebrado por todos os autores, associados, editores e diretoria, que seguem firmes na missão de publicar trabalhos científicos na área de Ciência e Tecnologia de Sementes, divulgando à comunidade científica e ao setor agrícola nacional e internacional, avanços para a obtenção de sementes de alta qualidade.
Atualmente, o JSS está classificado como B1 pela QUALIS/CAPES 2016, e tem abrangência internacional, sendo publicado em formato totalmente digital. O Corpo Editorial é composto pelas editoras Dra. Denise Cunha Fernandes Santos Dias - UFV e Dra. Gilda Pizzolante de Pádua - EMBRAPA / EPAMIG, 30 editores associados do Brasil e do exterior que atendem às diferentes áreas da Ciência e Tecnologia de Sementes, além do corpo de revisores cadastrados no sistema SciELO.
A publicação conta com apoio o financeiro de órgãos de fomento como CNPq/CAPES e FAPEMIG, além da própria ABRATES e pode ser acessada pela plataforma SciELO ou pelo site da ABRATES (www.abrates.org.br/revista).
O Fator de impacto (FI) é um método bibliométrico que avalia a importância de periódicos científicos em suas respectivas áreas, sendo a principal métrica utilizada para avaliar as revistas científicas mundialmente ao contabilizar o número de vezes que os artigos publicados por determinada revista são citados. O cálculo é feito apenas com as revistas indexadas no Web of Science (WOS) - a maior plataforma de informação científica do mundo - e utilizado para comparar diferentes periódicos de uma dada área do conhecimento.
O FI é publicado pelo Journal of Citation Reports (JCR) desde 1972. O JCR é o indicador de qualidade mais conhecido e também o mais valorizado pelos organismos que avaliam a atividade de pesquisa.
Um longo e rigoroso processo
A rigorosidade começa desde a candidatura para que uma publicação científica seja indexada na WOS. “É preciso passar por um longo processo de avaliação que dura pelo menos 3 anos, podendo, ao final do processo, ser selecionada ou rejeitada”, explica a editora do JSS, Dra. Denise Dias. Durante este período, muitos fatores qualitativos e quantitativos são levados em consideração. Dentre eles: periodicidade e pontualidade de publicação; cumprimento das normas internacionais de editoração, processo de revisão por pares, diversidade internacional de autores, editores e avaliadores, etc.
O JSS foi aceito na base de dados da WOS apenas em 2016. Uma tentativa anterior foi realizada em 2005. “A revista foi avaliada até 2008, mas a indexação foi negada. Houve necessidade de cumprir um interstício de 3 anos”, relata a editora.
O novo processo de indexação teve início em 2012. “Durante 3 anos consecutivos nos preocupamos em manter todos os quesitos de avaliação rigorosamente dentro dos padrões exigidos. Em agosto de 2016, obtivemos o parecer favorável e os artigos publicados a partir desta data foram inseridos na WOS”, relembra. Vale saber que, a cada ano, são avaliados aproximadamente 2.000 periódicos e apenas de 10 a 12% são aceitos na base WOS.
Uma vez inserido na base Web of Science, o periódico recebe seu primeiro FI somente após 3 anos de indexação (entenda o cálculo na imagem abaixo)*, resultando em um processo que dura cerca de, no mínimo, 6 anos, desde a submissão do periódico na base WOS até a divulgação do FI. “No caso do JSS o processo todo durou 7 anos”, comenta a Dra. Gilda de Pádua.
Fator de Impacto - Um marco para ser celebrado
O Journal of Seed Science é a única revista específica da área de Tecnologia de Sementes no Brasil e na América do Sul. O FI de 0,724 coloca o JSS entre em 10º lugar entre as revistas nacionais da área de Ciências Agrárias indexadas na WOS. “Esse fator de impacto é muito relevante e destaca o JSS pela sua qualidade editorial”, completa a Dra. Gilda de Pádua.
Programas de pós-graduação, agências de fomento, universidades, centros de pesquisa e outras instituições acadêmicas usam o FI (JCR) da revista e/ou sua classificação no Qualis/CAPES, para avaliar a qualidade da produção científica de cada cientista. “Com o FI, acreditamos que haverá aumento na submissão de artigos no JSS, tanto por parte de autores nacionais como internacionais, o que nos obrigará a realizar uma seleção ainda mais criteriosa”, alerta a Dra. Denise Dias.
Atualmente, são publicados de 12 a 14 artigos em cada uma das 4 edições anuais do JSS, um total de aproximadamente 66 artigos por ano. Em 2018, a revista recebeu 172 submissões de artigos. “Destes apenas cerca de 30% foram aceitos para publicação”, conta. O tempo médio entre a submissão e a aceitação de artigos foi de 3,1 meses. Já o tempo médio entre a submissão e a publicação foi de 5,9 meses.
Algumas estratégias foram fundamentais para elevar o padrão de qualidade do JSS. “Destaca-se aí a necessidade de critérios de relevância mais rigorosos durante a triagem que é feita para a seleção de artigos que irão tramitar e que serão submetidos à avaliação por pares. São selecionados para tramitação os artigos originais mais relevantes, interessantes, que abordem temas atuais e que realmente tragam contribuição para o avanço do conhecimento na área”, explicam as editoras. Outras mudanças que, para as editoras, foram fundamentais para esta conquista são:
“Foi com extrema satisfação que recebemos o nosso primeiro FI, mais uma vitória a ser dividida entre todos os atores envolvidos com o JSS, no caso editores associados, revisores e autores, além da diretoria da ABRATES, SciELO e órgãos de fomento, especialmente CNPq, CAPES e FAPEMIG”, ressalta a Dra. Gilda de Pádua.
Para a Dra. Denise Dias, a caminhada com o objetivo de oferecer uma publicação com um impacto cada vez maior para a comunidade científica nacional e internacional está apenas no início. “Certamente, não serão poucos os desafios a serem vencidos daqui para a frente, pois nossa meta é aumentar o FI a cada avaliação”, conclui.