Mercado e tecnologia pontuam debate na sétima edição do CBSoja e Mercosoja 2015
05/02/2017

Com o tema "Tecnologia e mercado global: perspectivas para a soja", aconteceu no último mês, durante os dias 22 a 25 de junho, em Florianópolis, Santa Catarina, o VII Congresso Brasileiro de Soja (CBSoja) e o Mercosoja 2015Mercosoja 2015, dois dos principais eventos do ramo agropecuário brasileiro e internacional, que reuniram cerca de 2 mil participantes.
 
A tônica da programação foi pautada por discussões de temas envolvendo os diferentes aspectos da cadeia produtiva da soja, desde infraestrutura e transporte até questões específicas de produção e de mercado. "Tivemos debates relevantes que apresentaram os gargalos do setor e procuraram revelar alternativas para que a agricultura brasileira se mantenha no caminho da sustentabilidade", afirma o pesquisador da Embrapa Soja Alexandre Nepomuceno, presidente do VII Congresso Brasileiro de Soja e do Mercosoja 2015. Os debates ainda envolveram a questão tecnológica e, segundo Nepomuceno, foram pontuais ao mostrar aos representantes da cadeia produtiva da soja como mudanças tecnológicas podem revolucionar o dia a dia.
 
Importância das sementes
 
Um dos exemplos citados nos debates foram as sementes de soja de alta qualidade em detrimento do uso de sementes próprias. Segundo o pesquisador da Embrapa Soja e presidente da Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes, José de Barros França Neto, é necessário se atentar para quatro aspectos da qualidade da semente: qualidade fisiológica (sementes com altos vigor e germinação); qualidade sanitária (sementes livres de patógenos  que poderão ser a fonte de doenças); qualidade genética (sementes livres de misturas com sementes de outras cultivares) e qualidade física (livre de contaminantes). "Em lavouras comerciais, têm-se observado aumento de produtividade de 10% a 12% quando usadas sementes vigorosas", revela.
 
Para o pesquisador Francisco Krzyzanowski semear grãos ao invés de sementes constitui-se em risco econômico e ao mesmo tempo um favorecimento ao comércio informal. "A indústria de sementes tem compromisso em seguir os padrões de qualidade previstos na lei de sementes. Porém, esse cuidado não é tomado no mercado informal que comercializa grãos no lugar de sementes", ressalva.
 
França explica que uso de sementes próprias é legalizado no Brasil desde que os procedimentos de registro dos campos de produção tenham sido realizados junto ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA). "O importante é que o sojicultor tenha certeza de que as sementes que vai utilizar, efetivamente, tenhamaltos vigor e germinação", destaca.
 
A sétima edição do CBSoja e o Mercosoja reuniram, além dos participantes, 75 palestrantes, 34 expositores, 15 painéis, 12 conferências, 370 trabalhos técnico-científicos, 12 patrocinadores e 7 apoiadores.