Quatro décadas parecem muito ou pouco tempo, dependendo do ponto de vista, mas para a pesquisa brasileira de soja significa o desenvolvimento de gerações de sementes com alta tecnologia embarcada. A “Nova era para produção de sementes de soja, desafios e novas ferramentas”, é o tema da palestra que o pesquisador da Embrapa Soja e diretor financeiro da Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes (Abrates), doutor José de Barros França-Neto, apresenta hoje (21), às 17 horas (horário de Brasília), no “IV Congresso Paraguaio de Sementes, IV Sementes Expo e IV Exposição de Ciência e Tecnologia de Sementes”. O evento on-line acontece até amanhã (22), reunindo especialistas do Paraguai, Brasil, Argentina e Espanha.
O congresso é organizado pela Associação dos Produtores de Sementes do Paraguai (Aprosemp) e tem por objetivo a disseminação de tecnologias, pesquisa, políticas, insumos para produção, máquinas, propriedade intelectual, biotecnologia e outros temas relacionados às sementes.
Além de um dos maiores exportadores mundiais de soja, o Brasil é destaque na pesquisa, conseguindo o feito de produzir soja grão e semente em condições de clima tropical.
“Atualmente, cerca de 70% da soja brasileira são produzidas com alta qualidade em regiões de clima tropical. Produzir sementes de alta qualidade para suprir a demanda de instalar lavouras de soja em condições tropicais é um grande desafio ao setor de produção de sementes. Há alguns anos, isso era praticamente impossível porque não tínhamos tecnologia. Produzir sementes com 80% de germinação era um grande desafio. Neste período, a Embrapa e diversas universidades e instituições de pesquisa, tanto governamentais como particulares, se dedicaram a desenvolver diversas tecnologias para produção de sementes de qualidade na região tropical”, ressalta França-Neto.
Em sua palestra, o pesquisador vai traçar uma linha do tempo da evolução da pesquisa de soja, quais as tecnologias que foram desenvolvidas e adotadas pelo setor produtivo para permitir que, hoje, o Brasil se tornasse um grande produtor mundial.
França-Neto irá tratar em sua palestra, desde a parte de campo, escolha da região, zoneamento ecológico para a produção de sementes, métodos de colheita antecipada, métodos de colheita mecânica, métodos de controle de percevejos, métodos de controle de doenças, entre outros assuntos.
Para que o Brasil se tornasse líder na produção de soja, o processo de desenvolvimento não se restringiu aos laboratórios, mas, ao longo dos anos, houve uma evolução do controle de qualidade, sistemas de secagem, armazenagem, tratamentos de sementes e até a logística de transporte.
“Para ter uma ideia do que tudo isso representa, hoje nós temos caminhões refrigerados transportando sementes e armazenagem climatizada para preservar as sementes. São tecnologias que foram desenvolvidas e adotadas pelo setor produtivo. Associada a isso também estão envolvidas a evolução do controle de qualidade, dos diagnósticos dos problemas de produção e a existência de um programa de melhoramento genético para melhor qualidade das sementes”, destaca França-Neto sobre os pontos principais de sua exposição.
O “IV Congresso Paraguaio de Sementes” é realizado, desde 2015. Inscrições no site do evento Disertantes — IV° Congreso Paraguayo de Semillas (aprosemp.org.py).