Rede de Sementes do Cerrado e Embrapa implantam projeto em Mato Grosso
05/02/2017

Parceria fomentará coleta de sementes e produção de mudas de espécies nativas
 
A Rede de Sementes do Cerrado, em parceria com a Embrapa Agrossilvipastoril, está iniciando um projeto de fomento das práticas de coleta de sementes e produção de mudas de espécies nativas no estado de Mato Grosso. A Rede é uma associação sem fins lucrativos que existe há 13 anos, cuja sede é em Brasília. Até o momento, concentrava as ações na região da capital federal. A partir de 2012, entretanto, por meio de uma aproximação com a Embrapa Agrossilvipastoril, surgiu a ideia de extensão do projeto para Mato Grosso, o que possibilitou atingir a região de transição entre os biomas da Amazônia e Cerrado.
 
?Essa região possui uma diversidade muito alta de espécies florestais nativas e alguns fatores contribuem para que essas espécies não estejam sendo preservadas, como o histórico relevante de desmatamento. Por isso é tão importante essa parceria com a Embrapa?, declara o engenheiro florestal da Rede de Sementes do Cerrado Felipe Casella. O projeto visa oferecer suporte técnico e material aos produtores, tanto para a implantação de sistemas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) com espécies florestais nativas, quanto para promover alternativas rentáveis para as reservas legais. E consequentemente impulsionar o comércio e a cadeia produtiva de sementes e mudas florestais na região centro-norte de Mato Grosso. ?O intuito do projeto é fazer com que coletores e produtores de mudas nativas consigam se organizar, que sejam tecnicamente habilitados e capacitados para atuar? explicou o pesquisador da Embrapa Ingo Isernhagen.
 
Áreas de coleta
Os cinco primeiros locais delimitados para coleta serão duas parcelas dentro da área de preservação permanente (APP) da Embrapa Agrossilvipastoril, uma área no parque florestal de Sinop, outra no campus da UFMT e uma última em uma fazenda localizada na saída para o município de Itaúba. Estas áreas terão finalidade didática e científica. ?Parte das sementes coletadas vão ficar aqui na Embrapa para serem pesquisadas, no ponto de vista de fisiologia da germinação e para tentar responder as dúvidas que existem sobre formas adequadas de conservação das sementes, métodos de coleta, formas de plantar e cultivar?, explica Ingo. O restante das sementes coletadas na região de Sinop será preparado e destinado à produção de mudas, além de servirem para semeadura direta em áreas de reflorestamento.