Lignina é o termo genérico para um grande grupo de polímeros aromáticos. Estes polímeros são depositados predominantemente nas paredes das células, tornando-as rígidas e impermeáveis. O artigo “Olhando para a lignina” dos pesquisadores da Embrapa Soja e membros da Diretoria da ABRATES, Francisco Krzyzanowski e José de Barros França-Neto, publicado na última edição da Revista Seed Testing International, publicada pela ISTA (International Seed Testing Association) aborda justamente a importância deste componente para o bom desempenho fisiológico das sementes de soja.
Segundo os pesquisadores, a lignina protege a parede celular da semente da degradação microbiana, conferindo assim resistência à deterioração (Vanholme et al., 2010). Sementes de soja impermeáveis à água foram relatadas como tendo maior porcentagem de teor de lignina em sua cobertura em relação às sementes permeáveis, o que poderia ser uma característica responsável pela maior qualidade presente nas sementes impermeáveis (Tavares et al., 1987).
Danos mecânicos são uma das principais causas da perda de qualidade em sementes de soja em ambientes tropicais e subtropicais. O desenvolvimento de cultivares menos propensas a danos mecânicos é uma importante contribuição da pesquisa, como forma de superar essa limitação - além de melhorar a qualidade dos grãos, reduzindo a quantidade de fissuras.
O artigo também aborda o teste do pêndulo, desenvolvido por Carbonell e Krzyzanowski (1993) para identificar linhas com sementes resistentes a danos mecânicos. Com base neste teste, 12 cultivares de soja foram classificadas como resistentes, moderadamente resistentes e suscetíveis; quanto maior o número índice, melhor é a qualidade fisiológica das sementes. Na mesma linha de pesquisa, Alvarez et al. (1997) foram capazes de explicar que a resistência dessas cultivares a danos mecânicos estava diretamente relacionada à quantidade de lignina contida na cobertura da semente.
O artigo completo está disponível na revista, publicada em inglês - Looking at Lignin