Em março deste ano, produtores de semente do Mato Grosso, por meio da APROSMAT, iniciaram uma discussão para que o padrão mínimo de germinação nas sementes de soja fosse elevado para 85%, ao invés dos atuais 80% exigidos pelo pela legislação. Até o momento a alteração não foi aprovada pelo MAPA. No entanto, o tema tem rendido boas reflexões no setor e foi abordado durante o 19º Congresso Brasileiro de Sementes, que aconteceu durante os dias 14 a 17 de setembro, em Foz do Iguaçu – PR.
Participaram do debate sobre o tema o pesquisador Silmar Peske, da UFPel, apresentando os padrões de sementes em diversos países produtores; José de Barros França Neto, da Embrapa Soja e presidente da gestão 2013-15 da Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes (ABRATES), falando sobre a importância do uso de sementes de soja de alta qualidade e de seus efeitos sobre a produtividade; e André Felipe Peralta da Silva, Coordenador Técnico de Sementes e Mudas do MAPA, apresentando o panorama atual dos padrões oficiais de qualidade de sementes no Brasil. A mesa redonda foi coordenada pelo representante do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e da Comissão de Sementes e Mudas do Paraná (CSM-PR), Scylla Cezar Peixoto Filho.
Para França Neto, a mudança nos padrões de germinação seria positiva. “Essa atitude apresenta vantagens e segurança tanto ao setor produtivo de sementes, quanto aos seus usuários, ou seja, os sojicultores”, declarou. O engenheiro ainda afirmou que a mudança acarretaria lucro para todos os envolvidos no ciclo da soja.
“Os produtores de sementes, por estarem comercializando sementes com maior germinação e vigor, terão garantia de um melhor desempenho, assim como os sojicultores, que poderão adquirir essas sementes com um seguro adicional de bom desenvolvimento em campo, resultando em melhores lavouras”, explica França.
Já Peralta chamou atenção para o fato de que a não aprovação por parte do Ministério não impede que sementes com um potencial de germinação mais alto sejam comercializadas. E apontou a solução adotada como sendo a mais equilibrada, “já que permite que o agricultor tenha acesso a uma semente de alto vigor e alta qualidade, mas também temos sementes de um valor razoável sendo disponibilizada no mercado”, explicou.
Selo APROSMAT
Ao final da mesa redonda, Gilberto Goellner, produtor e sementeiro de soja, representando a Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (APROSMAT) anunciou que a Associação irá trabalhar para incentivar esse aumento de qualidade nas sementes ofertadas aos produtores.
Para isso, contratou o Instituto Totum, responsável por selos como o de pureza da ABIC, para certificar e auditar amostras de sementes dos filiados da APROSMAT, garantindo o padrão de germinação em 85%. “Isso mostra o empenho que tem o produtor em entregar e produzir uma semente de qualidade”, concluiu.