Trabalhar com sementes é trabalhar com vida

O Dia Nacional da Semente destaca a importância do trabalho com pesquisa em ciência e tecnologia de sementes, uma missão ímpar. Trabalhar com sementes é trabalhar com a vida, pois elas garantem não apenas a segurança alimentar, mas também a segurança ambiental e social, afirma Fernando Henning, presidente da Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes e pesquisador da Embrapa Soja.

As sementes desempenham um papel fundamental na preservação de matas, biodiversidade, variabilidade de espécies e na manutenção dos ecossistemas que sustentam a vida em nosso planeta. “Trabalhar com sementes é buscar manter sua viabilidade e vigor, para que possam garantir a continuidade da espécie, mesmo sob condições adversas”, acrescenta Henning.

A pesquisa científica impacta todas as áreas da produção de sementes, desde a conservação das riquezas naturais até o aumento da produtividade em grandes culturas como grãos, forrageiras e olerícolas. Esses estudos fizeram do Brasil uma referência mundial em agricultura, especialmente em termos de qualidade e produção de sementes.

Henning ressalta que a tecnologia e a inovação estão presentes em todas as etapas da cadeia produtiva da semente, envolvendo desde o produtor rural, que busca constantemente formas de aumentar e melhorar sua produção, até a pesquisa científica, que procura soluções para os desafios do setor. Além disso, a indústria está empenhada em desenvolver insumos mais eficientes, que respeitem o meio ambiente e assegurem a sustentabilidade dos sistemas de produção.

“Essa união de esforços e o contínuo desenvolvimento de soluções permitem que o Brasil se destaque em produção e eficiência”, enfatiza Henning. Ele ressalta que o trabalho conjunto entre instituições públicas e privadas é essencial para garantir produtividade, qualidade das sementes e preservação ambiental, especialmente no Brasil, um país de dimensões continentais e com isso fica mais expostos aos estresses bióticos e abióticos. “Em uma única safra, enfrentamos variações extremas de temperatura. Esses desafios tornam a pesquisa e o investimento em ciência e tecnologia de sementes ainda mais relevantes”, afirma.

Portanto, investir em qualidade impacta as futuras gerações, especialmente em termos de produtividade. "Isso significa que podemos produzir mais na mesma área, utilizando menos recursos de maneira ambientalmente sustentável”, pontua o presidente da ABRATES.

Além disso, a qualidade das sementes desempenha um papel importante na recuperação ambiental. “Quando pensamos na qualidade do ponto de vista ambiental, as sementes desempenham um papel central na reconstituição de áreas degradadas, permitindo a regeneração de agroecossistemas”, explica.